quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sem defesa


Sei que tenho habeas corpus
Mas quero ficar 'presa' a você.
Mea culpa? Confesso, foi ter lhe roubado beijo
assim de assalto, no meio da rua, apesar do seu ar blasèe.
Você sabe, a ocasião faz o ladrão de desejo.
Assim, ao ver sua boca tão perto, não tive como me conter!
E furtei, quando estava distraído, um carinho seu num gracejo.
Mas minha cleptaradice quer mais. Por isso vem, com garra e tesão, me defender?
Pra você não posso mentir, confesso, além do beijo,
queria te pegar de jeito
no meio da rua, e o seduzir, se deixasse, pra valer.
Suar assim, por cada poro
e deixar que abusasse do seu Direito de meter.
Sou assim, marginal-tarada, que vive, infelizmente num foro
diferente daquele de você.
Desde então, só penso em um crime: te ter...
Dirijo minha vida embriagada
Das vontades de fazer carinhos a seu bel-prazer.
Advoga minha causa imprópria? Defende que ela só tramite na vara que você escolher?
Quero que advogue minha causa em todas as entrâncias.
E que este causal nexo
chegue a mais alta instância
do seu amor, do seu sexo...
Minha pena máxima? Tem sido a distância.
Ela torna tudo mais triste e complexo.
Por isso te rogo, em nome de minha culpada concupiscência,
me deixa te dar um apertado amplexo
porque, esta carência de Ação
pode causar perempção.
E aí posso advogar em causa própria com minhas mãos
e esta petição semovente - do seu pau no meu corpo e vãos -
pode nunca mais ser pra você... ou não...

Nenhum comentário: